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Perder-se também é caminho!

Quantas são as vezes em que sentimos que não temos dentro de nós a capacidade para enfrentar uma nova fase? Quantas vezes nos sentimos no escuro em relação a uma série de temas da nossa vida? Ou quantas vezes sentimos que nos perdemos no processo de alcançar metas? Deixo a resposta para o leitor. O desconhecimento do passo seguinte é tão vasto quanto a singularidade humana. Todos nós nos sentimos perdidos, muitas vezes, e nas mais variadas áreas da vida.

É possível vivermos a uma grande velocidade, a saltar de meta em meta, sem nos apercebermos do quão pesada se tornou a existência.

Num segundo o gps funciona, no seguinte desliga-se e fica sem saber o seu destino ou qual a estrada certa para lá chegar. 

Num momento tudo parece nítido e no seguinte, tantas certezas são postas em causa. Assemelha-se a isto a sensação vivida por uma criança que, quando ao passear com os pais ou familiares próximos, de repente, deixa de vê-los. Nesses segundos, o coração acelera, o medo surge, e os olhos reviram o espaço, já em pânico, com receio de não voltar a encontrá-los.

Em determinadas fases da vida percebemos que algumas mãos se vão soltando e que ficamos a depender das nossas próprias escolhas e decisões. Fases em que percebe que passou a ter de contar consigo e com a sua orientação interna. Por muito que os outros o amem, não podem definir o seu caminho. E é nesses momentos que o autoconhecimento se torna decisivo.

Percorrer a sua história de vida com ajuda de um profissional, perceber em que direção segue, se essa é a direção desejada, é um processo determinante nos momentos em que nos sentimos perdidos.

Gostaria de terminar esta breve reflexão, reafirmando que a sensação de estar perdido é mais comum do que pode imaginar. A sensação de não saber para onde ir pode ser avassaladora, mas como diria uma diretora teatral britânica chamada Joan Littlewood “If we don’t get lost, we’ll never find a new route”. No processo de crescimento, pode vir a perder-se mais vezes do que as que gostaria, não obstante, pode sempre encontrar novos caminhos e novos sentidos. Deve sim, iniciar este processo através de uma introspecção acompanhada, que lhe permita encontrar dentro de si os seus recursos e o seu propósito. Deve, também, procurar encontrar na relação e na conexão com os outros, um olhar externo e seguro que lhe permita vivenciar cada fase de forma saudável.